Perdidos e salvos: a crise de todo jovem cristão.
Seja muito bem vinda(o) a mais um post maravilhoso desse blog com uma mensagem que muito tem estado no meu coração essa semana e eu PRECISO ESCREVER para você.
Senta que lá vem história!
Eu acredito que seja muito comum entre os que nascem num berço cristão / evangélico ou que desde muito pequenos frequentam igrejas chegar num momento decisivo na sua caminhada: conhecer quem você tanto ouvir falar. E no meio dessa experiência toda de ter a minha própria convicção e revelação de quem Deus é, eu entrei numa crise que eu quero compartilhar com você que me lê hoje.
Já parou pra pensar que existem várias e várias pessoas que experimentaram e fizeram de tudo o que existe nesse mundo afora e, depois se arrependem e conhecem Jesus e mudam de vida e conseguem a graça da salvação? E que também há outros, como eu, que vivem e viveram uma vida reservada, longe da promiscuidade, beberranças e outros exageros condenados pela bíblia que também conhecem Jesus de verdade e conseguem a graça da salvação. Nisso eu me perguntei: que vantagem eu tenho em não experimentar "o mundo", se no fim todos podem (há oportunidade a todos) ser salvos?
Com essa pergunta no meu coração li a passagem do Filho Pródigo e essa parábola ilustra perfeitamente essa minha crise e tive minha resposta:
"Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe respondeu: 'Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo'. O filho mais velho encheu-se de ira e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. Mas ele respondeu ao seu pai: 'Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!' "Disse o pai: 'Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado'"LC 15:25-32
A figura que mais me chamou a atenção dessa vez que eu li foi a do irmão do filho pródigo. Quando "o pródigo" volta para casa ao se lembrar que os servos de seu pai eram tratados bem melhor do que ele (que comia lavagem de porcos para matar a fome), ele não entendeu o porquê seu pai mandou fazer uma festa e celebrar aquela volta para casa de seu irmão imprudente. Sabemos que quando um pecador se arrepende, há festa no céu (Lc 15:7)! Mas quando não reconhecemos isso há de algo de errado, e eu percebo que esse cara estava perdido bem ali dentro da casa do pai.
Talvez além da ira, ele tenha sentido inveja do seu irmão e com certeza achou um absurdo ele ter desperdiçado toda a riqueza de seu pai com mulheres, bebidas e luxúria e ainda quando volta sem nem um tostão no bolso, tem uma festa e muita alegria lhe aguardando. Ele não conseguia ver que agora seu irmão percebeu o quanto foi tolo, imprudente; aprendeu uma lição que não aprenderia em nenhum outro lugar e se arrependeu e provavelmente nunca mais vai fazer nada daquilo. Serviu de lição viva e se tornou fonte de conselhos do que não se deve fazer. Ele não enxergava a graça.
Perceba que aqui há as duas figuras que eu citei na minha crise anteriormente: o filho que permaneceu na casa do pai, trabalhou em todo tempo, gerenciou as riquezas e cuidou de tudo que era do seu pai; enquanto o outro pegou a parte que lhe pertenceria quando seu pai morresse, ou seja, se distanciou do pai, o negou e desperdiçou tudo, experimentando o que podia e não podia, tudo de bom e ruim naquela cidade. Mas no final todos estavam na mesma casa, tratados com igualdade e juntos novamente com o pai.
E sabe o que eu entendi?
Que o tempo que o tolo desperdiçava sua vida e dinheiro, o outro aprendia e desfrutava da presença do seu pai. Talvez você esteja vivendo a minha mesma crise de adolescente, quer uma garantia de que não está perdendo nada em seguir uma vida totalmente voltada pra Cristo e jamais ter tido uma noite badalada ou "livre de regras", já que no fim todos podem ter a oportunidade de serem salvos.
Eu entendi que quando um pecador volta pra casa do pai ele perde sua identidade e é uma das coisas mais difíceis de serem encontradas. O filho pródigo se apresentou e solicitou a seu próprio pai que se tornasse um mero servo, ele tinha consciência de tudo o que fez e isso pesava na sua mente. Há todo um processo de reconstrução de sua identidade em Cristo.
Você não deve se sentir melhor que o outro, mas é privilegiado por conhecer de perto quem Deus é, sem precisar sair de sua casa e presença.
O irmão mais velho tava meio perdido também? Estava. Mas o nível de intimidade que ele tinha era muito maior que o pródigo. Enquanto o pródigo teria que lidar com a culpa e aos poucos se livrar dela e entender o perdão do seu pai, o outro apenas precisava entender a lógica do reino e continuar sua vida junto ao pai.
Não sei se ficou claro o que eu quis dizer, mas eu soube que a INTIMIDADE com Deus ela jamais poderá ser comparada a qualquer outro prazer. A partir daquele momento eu tive o meu próprio encontro com o Pai vivendo em sua casa, sem jamais ter saído dela e não precisei sair pra ter notícias do que ocorre lá fora.
Eu tenho irmãos que passaram por lá e não me recomendam passar pelo que passaram. Me alegro quando um perdido dentro da casa do pai o encontra e me alegro ainda mais com os cabeça dura que quiseram sair, mas retornaram!
Espero que sua crise passe logo.
E se você está perdido dentro da casa do Pai, aproveite esse momento para encontrá-lo.
Se você está longe, não demore para retornar.
Quando mais distante, maior e mais cansativo o caminho.
Beijos e até a próxima!
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